sábado, 14 de março de 2009

Um dia de domingo



Acordo de ressaca.

Tomo uma ducha para tirar os demônios do corpo.

Faço uma macarronada com um molho de tomate bem forte. Para acompanhar uma salada de alface e uma Coca-Cola quase congelada.

Como a alface com muito limão (eu escrevi “o alface” mas o Word corrigiu).

Como a macarronada. A toalha da mesa e minha camiseta sentem o gosto do molho e também ficam com sede.

Tomo a Coca-cola seguindo as regras de etiqueta. Ou seja, num gole só seguido de um belo arroto.

Levo o prato para a cozinha. Qualquer dia eu lavo.

Agora estou pronto para meu projeto de domingo.

Pego uma folha de papel, uma caneta Bic e o que restou da garrafa de Coca-Cola e procuro uma posição confortável no sofá.

Ligo a TV e mudo de canal até encontrar meu alvo.

Alvo encontrado. Posso começar minha missão.

Missão? Missão não! Cruzada. Explico:


Durante a semana estava pensando em algo para escrever no blog. Logo veio a idéia de mostrar toda minha “intelectualidade” e superioridade cultural em relação ao resto da população brasileira e resolvo produzir um texto criticando Silvio Santos e seus programas humilhantes e alienantes.

Quinta-feira termino o artigo com muitas críticas ao homem do baú mas prefiro esperar até domingo para assistir ao programa Silvio Santos e colocar algumas referências no post.


De volta ao domingo:

Meu olhar de ligre (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ligre) faminto estava fixo na TV. Senor Abravanel não sairia ileso esse domingo.

Foi quando algo estranho aconteceu comigo. Não consigo explicar o que era.

Tomei mais um pouco da Coca-Cola para voltar ao normal, mas foi em vão.

Foi o tempo de Silvio dizer as três famigeradas palavras “Quem quer dinheiro?”.

Não precisou mais que isso para que eu rasgasse a folha de papel e jogasse a caneta atrás do sofá.

Uma mistura de angustia e nostalgia tomou conta da minha mente. Como eu tinha ousado em falar mal do homem que alegrou durante tanto tempo boa parte da minha infância?

A cada música, brincadeira e câmera escondida que passava eu ficava cada vez mais fascinado com o programa.

O ápice foi a aparição de Maísa, apresentadora infantil, que terminou o processo de amolecer meu coração.

Silvio Santos é um gênio. Fato.

Tomei o resto da Coca-Cola e mudei pro Faustão.


Ps.: Desisti de escrever um artigo criticando o programa do Rodrigo Faro. O duelo fura olho é coisa de gênio.